Artigo para reflexão
Por Antonio Carlos Lopes
Presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
É inadmissível pensar em voo cego quando o assunto é medicina. Mas, infelizmente, a realidade brasileira segue rota turbulenta e perigosa. Recentemente, uma avaliação realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo para verificar os conhecimentos dos futuros médicos teve resultado alarmante: 56% dos formandos foram reprovados logo na primeira fase, reforçando as evidências do péssimo nível do ensino médico no país. O resultado é indicativo de que os brasileiros correm elevado risco. Afinal, apenas voluntários participaram da prova, que, aliás, foi boicotada por muitos alunos com incentivo de faculdades deficientes. Se, em São Paulo, a situação é escandalosa, o que dizer de outras regiões do Brasil nas quais o ensino é ainda mais deficiente? Faz quase duas décadas que as entidades médicas alertam a sociedade sobre a abertura de escolas de medicina sem qualificação.
O Brasil tem 178 faculdades de medicina, que oferecem 17 mil novas vagas ao ano. Só que muitas delas não possuem hospital universitário próprio, além de contarem com corpo docente desqualificado. É um problema gravíssimo de saúde pública. Para solucioná-lo, é mister o estabelecimento imediato da obrigatoriedade da prova de habilitação para o exercício da Medicina. É fundamental que o exame tenha caráter reprovador, garantindo que profissionais mal preparados sejam afastados. Simultaneamente, é necessária a mobilização da sociedade para exigir medidas saneadoras urgentes.
O Brasil tem 178 faculdades de medicina, que oferecem 17 mil novas vagas ao ano. Só que muitas delas não possuem hospital universitário próprio, além de contarem com corpo docente desqualificado. É um problema gravíssimo de saúde pública. Para solucioná-lo, é mister o estabelecimento imediato da obrigatoriedade da prova de habilitação para o exercício da Medicina. É fundamental que o exame tenha caráter reprovador, garantindo que profissionais mal preparados sejam afastados. Simultaneamente, é necessária a mobilização da sociedade para exigir medidas saneadoras urgentes.
Além da obrigatoriedade da prova de habilitação, o Congresso Nacional precisa aprovar, com urgência, o Projeto de Lei 65/2003, estabelecendo parâmetros para o funcionamento dos cursos.
Fonte: Diário Catarinense
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