Em torno de 100 atestados médicos têm sua "idoneidade" verificada pelo Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM) todos os meses. O órgão, instância máxima da classe médica no Estado, possui um serviço gratuito de verificação de atestados que consiste em dizer, às empresas interessadas, se as informações constantes naquele documento são verdadeiras ou não.
Segundo o CRM, cerca de 40% dos atestados médicos recebidos pelas empresas tem alguma fraude. O Conselho indicou ainda que sete organizações usam este serviço constantemente - a maior parte filiais de empresas de fora que atuam no Pólo Industrial de Manaus (PIM) e alguns poucos estabelecimentos comerciais.
De acordo com o presidente do Conselho, José de Nazaré Valmont Franceschi, a fraude mais comum é o uso irregular de carimbos dos médicos. "Acontece de recebermos atestados que têm o carimbo e o CRM, mas cujas assinaturas não são as mesmas dos médicos. Isso significa que existem pessoas que utilizam os carimbos de modo ilegal", disse.
Franceschi afirmou que um dos mais recentes casos flagrados pelo CRM diz respeito a um médico que deixou o Brasil há alguns anos e cujos carimbos continuavam a ser utilizados. "Este profissional é meu amigo e sabia que ele estava morando nos Estados Unidos há muito tempo. Mas uma conhecida, que trabalha no setor médico de uma organização, me contou que recebia muitos e muitos atestados dele. Na mesma hora entendi o que acontecia", disse.
Sindicância
O presidente do CRM contou que, assim que o serviço é solicitado, o Conselho abre uma sindicância interna para verificar a idoneidade daquele documento. Ele afirmou que o médico que deu o atestado é chamado para se explicar a respeito das informações dadas, assim como a instituição em que ele trabalha - que pode ser um Pronto-Socorro ou um Serviço de Pronto Atendimento (SPA), por exemplo. As organizações confirmam se o médico presta serviço naquele local e se a consulta do funcionário - que deve ser comunicado do procedimento - está registrada. Após esse procedimento, é elaborado um documento, com o parecer do CRM, que é encaminhado para a empresa. "Não nos cabe dizer o que fazer ou não neste tipo de ocorrência. Nós comunicamos quais foram nossas conclusões e a empresa decide como proceder", falou Franceschi.
Fonte: A CRÍTICA - por Jorge Eduardo Dantas (AM)
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