terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Carreira do SUS tenta levar médicos ao interior


AE - Agência Estado

O Ministério da Saúde vai apresentar nesta semana ao Ministério do Planejamento a proposta de criação da carreira do Sistema Único de Saúde (SUS). O projeto, preparado desde setembro, pretende oferecer médicos a cidades com dificuldade no recrutamento de profissionais. Estima-se que 500 municípios do País não tenham médicos que residam na cidade.

O projeto foi apresentado na semana passada ao ministro José Gomes Temporão pelo grupo de trabalho, formado por representantes de associações médicas e secretarias estaduais e municipais de Saúde. "Será uma espécie de Força Nacional de Saúde", disse o secretário de Gestão do Trabalho e de Educação na Saúde da pasta, Francisco Campos.

A proposta prevê que a seleção será feita por concurso público. Cidades cadastradas para participar do projeto receberiam profissionais contratados pelo ministério. Ela prevê rotatividade dos médicos em um sistema semelhante ao que ocorre nas carreiras jurídicas. "Na primeira cidade, o médico ficaria pelo menos três anos. Depois disso, ele seria transferido para um local próximo", contou o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá.

A nova carreira foi pensada em um formato para quebrar a resistência apresentada por médicos para trabalhar em áreas distantes. Segundo Campos, a falta de interesse não é vencida só com altos salários.

Ele observa que médicos temem ficar desatualizados quando trabalham em locais distantes e não encontrar condições adequadas para exercer a profissão. A rotatividade ajudaria a convencê-los. "A proposta prevê educação continuada. Cidades dispostas a participar teriam o compromisso de oferecer condições mínimas de trabalho", afirmou Tibiriçá. Segundo ele, secretarias estaduais podem ajudar na infraestrutura dos serviços. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



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