quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O direito à boa morte

De Luiz Carlos Azedo:

O senador petista Augusto Botelho, de Roraima, que é médico, deu parecer favorável ao projeto de descriminalização da ortanásia (boa morte), de autoria do senador capixaba Gérson Camata (PMDB), que deve entrar em pauta para votação no Senado tão logo os trabalhos legislativos recomecem.

Na prática, é uma espécie de eutanásia, assunto polêmico, que costuma gerar celeuma entre religiosos e familiares de doentes terminais.

Para emitir o parecer, Botelho conversou com monges budistas, pastores e padres. Fez audiências públicas com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil, da União dos Advogados Católicos do Brasil, do Conselho Federal de Medicina e de outras entidades.

Porém, enfrenta o poderoso lobby da saúde privada, que lucra com os recursos do SUS ao manter pacientes terminais internados por longos períodos sem necessidade.

Botelho confessa que já deixou pacientes irem morrer em casa porque eles manifestavam essa vontade. “Os médicos só deixam quando há uma grande confiança entre o médico, o paciente e seus familiares. Porém, nós já fazemos sabendo que corremos o risco de haver um processo, algum problema. Porque a lei não permite que se faça isso”, ressalva.

Segundo Botelho, é um direito da pessoa não querer sobreviver à custa de aparelhos se tem uma doença incurável.

Fonte: Correio Braziliense

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