O presidente do Conselho Federal de Medicina, Roberto Luiz d’Ávila disse que é inadmissível saber que médicos sem registro estão atuando no Acre, colocando em risco a vida da população. E destacou que precisa haver uma política de valorização do profissional pelo poder público, para que, mesmo nos lugares mais isolados do estado, tenha não somente um médico, mas uma equipe prestando um serviço essencial à população. E acrescentou que o Conselho vai entrar na Justiça contra as prefeituras e governos que estão contratando médicos sem o registro. A afirmação foi feita em um programa de entrevista da TV Rio Branco, canal 8, afiliada do SBT na noite de ontem.
Em visita aos Conselhos Estaduais de Medicina, Roberto d’Ávila está verificando de perto a situação de todos os Estados com relação à política de saúde relacionada, principalmente às condições de atendimento à população como a cobrança dos profissionais médicos por melhor qualidade nos serviços.
Um dos pontos destacados na entrevista e que trouxe d’Ávila ao Acre foi por saber que o Ministério Público Federal (MPF) juntamente com alguns parlamentares acreanos estão querendo que médicos formados no exterior possam exercer a profissão no interior do Estado sem o registro e sem a revalidação do diploma. O que foi visto pelo presidente do Conselho como inadmissível e uma tremenda falta de responsabilidade com a vida da população, principalmente com as do interior do Estado.
“Não temos nada contra quem tem formação fora do Brasil, mas temos lei para que o exercício da profissão seja feita. Mas quem vai fiscalizar ou punir esse profissional que não tem registro caso cometa algum erro. O Conselho Federal em sua instancias, tem realizado a cassação de dois registros por mês”, explicou d’Ávila.
Durante a entrevista Roberto d’Ávila informou que o Conselho Federal de Medicina vai entrar na justiça contra as prefeituras e Governos estaduais pedindo a suspensão dos serviços prestados pelos médicos que atual em todos as regiões brasileiras sem o devido registro exigido por lei. “Somente assim, vamos fazer com que os gestores possam começar a fazer políticas de valorização do profissional. Porque que os gestores não criam mecanismo de valorizar os médicos como é a valorização dos profissionais do Ministério Público, com carreiras, garantias trabalhistas. Sabemos que muitos médicos acabam não aceitando ir para o interior do Estado por conta das formas que são contratados. Muitas vezes é provisoriamente, sem garantias, ou seja, sem ser valorizado”, contou o presidente.
Durante a entrevista, d’Ávila acrescentou que mais visitas com representantes do Conselho Federal serão realizada em todos os Estados brasileiros e que no Acre será realizado reuniões com a classe e representantes regionais Associações e Sindicatos médicos.
No final da entrevista, o presidente esclareceu que o Conselho quer priorizar a saúde da população e por isso está tomando atitudes de exigir a revalidação do diploma pelas universidades para que realmente seja verificado se as matérias estudadas no exterior equivalem as exigidas no Brasil. “Sabemos que muitas matérias como as aplicadas em Cuba e em outros países são diferentes das aplicadas no Brasil. Por isso temos que exigir uma verificação que apresente um profissional que estudou de forma correta os métodos usados na área medica”, finalizou d’Ávila.
Fonte: O Rio Branco
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