sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Portugal: Estudo vai inquirir doentes sobre morte assistida

Pessoas que seriam "candidatas" à eutanásia se esta fosse legal em Portugal irão fazer parte da terceira fase de um estudo que, inicialmente, concluiu que 39% dos oncologistas defendem a legalização desta prática.

O estudo foi realizado em 2007 pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e concluiu que mais de um terço dos oncologistas defendem a legalização da eutanásia.

O diretor do Serviço de Bioética e Ética Médica da FMUP, Rui Nunes, disse que o estudo prosseguiu com a inquirição de pessoas internadas em lares e instituições da terceira idade.

Estes inquiridos revelaram "grande simpatia" pela prática da eutanásia, segundo Rui Nunes, que também preside à Associação Portuguesa de Bioética (APB).

O especialista em ética revelou que, no corrente ano, irá decorrer a terceira fase da investigação, com a inquirição das pessoas "candidatas" à prática da eutanásia.

Rui Nunes reconhece as dificuldades e os riscos de as respostas serem "enviesadas". "Quando existe uma boa rede familiar, poucos serão os que querem a eutanásia", disse.

A solidão, o esquecimento e o sofrimento interior, e não apenas físico, são algumas das razões que, em muitos casos, poderão levar as pessoas a desejar a morte.

Segundo Rui Nunes, os doentes terminais, nomeadamente oncológicos, e neurológicos (com consciência mas sem autonomia) são os que mais vezes pensam encontrar na morte o alívio para os seus males.

Fonte: Diário Digital / Lusa


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