segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Esquema de desvio da Previdência usava nomes de mortos e de laranjas


Ação conjunta descobre golpe de mais de R$ 1 milhão na Previdência no Acre.

A Polícia Federal, o Ministério da Previdência Social e a Procuradoria da República no Acre confirmaram que ao menos três técnicos, uma ex-estagiária do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e outras dez pessoas estão envolvidos no esquema de fraude da Previdência no Acre. A Operação Casamata investigava o rombo desde maio deste ano.

Em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 23, Dilmar Pregardier, assessor-chefe da Assessoria de Pesquisa Estratégica e de Gerenciamento de Riscos, do Ministério da Previdência Social, afirmou que o golpe era aplicado, sobretudo, nos benefícios previdenciários de pensão por morte e de salário maternidade, em quantias de R$ 20 mil à R$ 40 mil que podem chegar a R$ 1 milhão.

Três veículos, sendo uma picape GM Montana, um Honda Fit e um Fiat Siena também foram apreendidos. Os técnicos tiveram os sigilos bancários quebrados e estão afastados das funções.

Os falsários faziam a retroação indevida da data de morte do contribuinte no Acre, e por meio de um laranja, sacavam o benefício.

“Estamos cruzando os dados e o que levantamos até agora foi que cerca de R$ 400 mil já forma desviados”, afirmou Pergardier, ao lado do procurador-chefe do Ministério Público Federal, Paulo Henrique Ferreira Brito e do superintendente em exercício da Polícia Federal, delegado Richard Macedo.

Participaram da operação 44 policiais federais e dez servidores do Ministério da Previdência Social.

Para o procurador do MPF, Paulo Brito, o uso de laranjas no esquema não significa, no entanto, que as pessoas que tiveram os nomes identificados como tais estejam realmente envolvidas. “Estes detalhes serão verificados ao longo da investigação”, disse.

Conforme Dilmar Pregardier, a quadrilha cooptava pessoas para fazer alteração de dados no sistema, usando documentos falsos. Às vezes também incluíam informações falsas, criando dependentes fictícios.

A investigação, que começou em maio deste ano, é a primeira desta natureza no Estado, mas a de número 54 no País.

De acordo com o delegado Richard Macedo, onze mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Acre, nas agências do INSS dos municípios de Plácido de Casto (90 quilômetros de Rio Branco), Xapuri (128 quilômetros da Capital) e na Capital.

Segundo o Ministério da Previdência, ao menos 208 mandados de busca e apreensão já foram expedidos no País. Outros 124 mandados de condução coercetiva foram decretados, além de emitidos mais 148 mandados de prisão.

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