quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Greve dos Residentes: ANMR entrega carta ao MEC solicitando a reabertura do diálogo


A ANMR (Associação Nacional dos Médicos Residentes) enviou ontem, dia 30, carta ao governo federal solicitando formalmente a continuidade da mesa de negociações com a categoria, que completa duas semanas da greve nacional.

O documento foi remetido aos Ministérios da Educação (MEC) e o da Saúde. A entidade também conta com apoio da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Médica Brasileira (AMB) para reforçar a busca de interlocução com os ministérios. A ANMR lembra que nos movimentos ocorridos em 2001 e 2006, que fora marcados por paralisações de longa duração, o governo manteve as conversações, que resultaram em reajustes acima de 30%.

A categoria luta agora por correção de 38,7% para a bolsa-auxílio de R$ 1.916,45, congelada desde 2007. A bolsa é única ajuda de custo para a maioria dos residentes, que cumprem jornada de 60 horas semanais de formação em treinamento. Esta carga horária é sempre maior já que a categoria hoje é cada vez mais colocada como mão de obra barata na linha de frente da assistência. Situação que acaba prejudicando a especialização ante falta de supervisão, que deve ser feita por médicos preceptores.

Na última quinta, dia 26, a ANMR propôs ao MEC índice de correção em duas etapas – 28,7% a ser pagos em setembro, e 10% em 12 meses. O Ministério não só recusou como manteve proposta de 20%, percentual refutado pelo movimento antes da paralisação.

A entidade reforça que está aberta ao diálogo. Em busca de mais força e apoios, os residentes intensificam esta semana agendas com parlamentares estaduais e já tem proposta de audiência da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, em Brasília, em data a ser definida. Os 25 estados em greve (apenas Tocantins está fora por não ter programa de Residência Médica) e Distrito Federal, que totalizam 90% de adesão entre os 22 mil residentes, programam ações junto à população, passeatas e atos públicos.

Há quatro meses os médicos reivindicam reajuste de 38,7% na bolsa-auxílio, além de data-base anual, pagamento de auxílio moradia e alimentação, adicional de insalubridade, 13ª bolsa e aumento na licença-maternidade de quatro para seis meses. Em abril, houve paralisações de 24 horas em 23 estados. A greve, segundo a ANMR, foi último recurso ante a indiferença do governo para o movimento.

Fonte: ANMR


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